Eu passava em frente
da sua quitanda, e meu uniforme denunciava um árduo dia de estudos, mas ele não
se importava com isso. Passava eu e mais três amigas minhas: Ana, Cláudia e
Beatriz.
- Boa tarde, Seu
Arnaldo.
- Boa tarde, Carol.
Nojento.
- Carol?
- Sim.
- Quero lhe mostrar
uma coisa na quitanda. Sozinha.
Fiquei séria. Elas
esperavam do lado de fora, e eu entrei. Seu Arnaldo me guiou até a cozinha dos
fundos, tirou o seu avental branco, e me colocou sentada em cima do mármore da
pia da cozinha. Tirou também o meu uniforme, e me fitou por alguns segundos.
Roçou o seu bigode em meu pescoço, e um pouco mais abaixo. Colocou. Meus olhos
se arregalaram, os dele se fecharam. Tentei, mas ele conteve o meu grito
tapando a minha boca, e embora os meus olhos estivessem cheios de lágrimas,
consegui colocar meu uniforme novamente. Saí correndo. Na porta ele me
interceptou:
- Carol?
Aproximou-se e colocou em minhas mãos balas
argentinas. Havia uma porção aquelas na gaveta do armário do meu quarto.
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