Seus cabelos, tão alaranjados e enrolados, que em seus
cachos que eu segurava, me perdia. Beiravam os seios – que não eram tão
favorecidos, mas muito bem delicados –. Seus lábios escreviam em meus,
salientes e grossos. Sua pele exalava não só prazer, mas um cheiro que poderia
ser comparado ao orvalho que, em segundos planos eu olhava pela janela do
quarto. Seus olhos míopes – chumbo – baleavam-me, pedindo ardentemente por...
Da fita do ‘corset’ a
dúvida: Será isso tão errado?
Na minha mente, perturbada com
questões carregadas de preconceitos mal formulados, a vontade não cessava. E
suas mãos, que impiedosamente não perdoavam. Meu corpo falhamente se
restringia; a menina que cedia.
Na escrivaninha, os óculos antigos. No chão,
um vestido. Da janela do quarto, a chuva. Da vitrola um ‘yeah, yeah, yeah’.
Entre as palavras
escritas, mentiras. Escritas num papel, num beijo, num corpo.